O termo buraco de verme (wormhole em inglês) foi criado pelo físico teórico estadunidense John Wheeler em 1957. Em física, um buraco de verme ou buraco de minhoca é uma característica topológica hipotética do continuum espaço-tempo, a qual é, em essência, um "atalho" através do espaço e do tempo.

Se o buraco de verme é transponível, a matéria pode "viajar" de uma boca para outra passando através da garganta. Embora não exista evidência direta da existência de buracos de verme, um contínuum espaço-temporal contendo tais entidades costuma ser considerado válido pela relatividade geral.

O nome "buraco de verme" vem de uma analogia usada para explicar o fenômeno. Da mesma forma que um verme que perambula pela casca de uma maçã poderia pegar um atalho para o lado oposto da casca da fruta abrindo caminho através do miolo, em vez de mover-se por toda a superfície até lá, um viajante que passasse por um buraco de verme pegaria um atalho para o lado oposto do universo através de um túnel topologicamente incomum. (Fonte: Wikipédia)

sábado, 14 de maio de 2016

MARIA: MODELO DE AMOR, COMPREENSÃO E PERDÃO

 



       Eu sou católica apostólica romana e leio e medito a Bíblia desde os 5 anos de idade, quando fui alfabetizada e é maravilhoso ver como, principalmente o Evangelho, é sempre uma eterna fonte de descobertas e aprendizagem. Como diz o próprio Jesus, em suas comparações, “(...) “todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é semelhante ao proprietário que do seu tesouro tira coisas novas e velhas.” (Mt, 13, 52). Assim é a leitura bíblica. Por mais que a tenhamos lido diariamente, estudado e meditado, sempre nos surpreendemos e aprendemos coisas novas. Posso dizer que a Bíblia, mas principalmente os Evangelhos, é semelhante  a um caleidoscópio – cada vez que o giramos, vemos uma nova e bela imagem. E isto aconteceu comigo mais uma vez.
       Ouvindo a homilia da Missa de Aparecida (9h), proferida pelo Sr. Bispo de Santo André, SP, Dom Pedro Carlos Cipollini, no dia 14 de maio de 2016, festa de São Matias Apóstolo, fui levada por ele a ver uma nova faceta de Maria, que apesar de mais de 45 anos de leitura diária do Evangelho, ainda não tinha conseguido enxergar.
     Todos nós sabemos, pelos Evangelhos, que Maria é modelo de amor, aceitação, obediência, abnegação, silêncio, confiança, fidelidade e outras facetas mais, mas o Sr. Bispo me fez ver uma nova: compreensão e perdão.
      Durante a homilia, ele citou a importância de Maria, junto aos apóstolos, após a ressurreição de Cristo. Ela não ficou revoltada ou com raiva dos mesmos, por terem abandonado seu Divino Filho, no momento da Paixão – momento de maior dor, sofrimento e solidão de Cristo. Devemos lembrar-nos que, dos Apóstolos, apenas João, o discípulo Amado, estava ao pé da cruz, junto dela (Jo. 19, 25-27). Nenhum dos outros é citado, neste momento crucial, nos quatro relatos dos Evangelhos.
        Qual seria a atitude, pode-se dizer até normal, de uma mãe neste momento? Não querer mais ver, saber ou tomar conhecimento dos ingratos que o abandonaram! Quantas vezes nós mesmos temos esta atitude em nossa vida?  Afastamo-nos e descartamos todos aqueles que se negaram a compartilhar ou a servir de apoio em nosso momento de maior dor ou do sofrimento de um familiar querido, como um filho, por exemplo.
     Maria, no entanto age de forma totalmente diferente. Possui a mesma compreensão, compaixão e misericórdia de seu Divino Filho. Ao invés de afastar-se dos discípulos, pelo contrário, faz-se presente junto deles, no Cenáculo, em oração perseverante (At 1, 14). E, com certeza, estava lá no momento de Pentecostes, embora o Espírito Santo já habitasse seu ser desde o momento do Fiat.
      Esta é a nova visão evangélica que o Sr. Bispo me deu. No coração de Maria, à semelhança do de Cristo, não há lugar algum para rancor, revolta ou revanchismos. Ela é a “cheia de graça” (Lc 1, 28)! Olha para os Apóstolos e vê o quanto ficaram atordoados com o final abrupto e violento que acometeu o Mestre a quem tanto diziam amar. Percebe que nada entenderam do que seu Amado Filho tanto lhes tinha dito, previsto e alertado. E o coração cheio de dor desta Mãe tem compaixão destes homens. Compreende o quanto ficaram não apenas assustados, mas cheios de medo, tanto dos romanos como dos outros judeus; como tudo em que acreditavam parecia ter ruído e como estavam desnorteados. E, simplesmente, perdoa – mesmo que nenhum deles lhe tenha perdido perdão pelo abandono em que deixaram seu Mestre, por não estar ao lado dela no momento de maior sofrimento que uma mãe possa vivenciar. E o maior exemplo de compreensão e perdão é o acolhimento que lhes dá. Vai para junto deles, reúne-se a eles em oração, está com eles em Pentecostes. Em momento algum lhes dá as costas. Ela é, verdadeiramente, a “Mãe Misericordiosa”. Não encontramos em nenhum lugar do Evangelho, qualquer citação que demonstre que Maria os tenha repreendido por suas atitudes. E os Evangelhos não poupam os erros dos Apóstolos – lá estão a traição de Judas, a negação de Pedro e seu subsequente arrependimento, a fuga do jovem (muitos dizem ser Marcos) e outros Apóstolos no Getsêmani, são exemplos disto. Se uma repreensão da Mãe do Mestre tivesse existido, com certeza lá estaria...
    Este novo olhar sobre estes fatos e a atitude de Maria me tinham passado despercebido, por mais que eu medite a respeito da pessoa desta Mãe tão querida... E com isto, subsequentemente, vem uma indagação: consigo ser semelhante a ela? Procuro enxergar o âmago da atitude de meus irmãos? Consigo compreender, ou ao menos tentar, o motivo mais profundo existente por trás da atitude das pessoas? Consigo ser compassiva? Afinal, “compaixão” vem do latim “compassion” (“cum + passus”) – é ter o sentimento do outro, sentir com o outro a tal ponto como se fosse ele próprio. É assim que ajo? Procuro entender o outro a partir do próprio outro, da visão e sentimento dele? E, se consigo fazer isto, procuro perdoar e, ao invés de me afastar do outro, me aproximar e acolhê-lo? Procuro – ou luto – para excluir toda mágoa e ressentimento que poderia ter em relação ao outro? Lembrando que sentimentos como “mágoa”, “ressentimento”, “rancor” não fazem mal apenas ao outro, mas principalmente à própria pessoa que os tem? Que são uma espécie de câncer que corroem a alma e o espírito?
     Após a reflexão e consequente exame de consciência, sinto-me uma cristã “de araque” e vejo o quanto ainda tenho de melhorar, de me aprimorar, de exercitar o verdadeiro espírito cristão. E peço que Maria, a Mãe Misericordiosa e Compassiva me ajude a ser mais semelhante a ela e melhor seguidora do Divino Filho dela. E que o Espírito Santo ilumine a mim e todos os cristãos, para que consigamos aprender o que realmente significa “amor”, “compaixão”, “misericórdia” e “perdão”.



       

      

     
 

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